Estamos de Volta

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014


Estamos de volta senhores 

Comecei este blog em Agosto de 2012 e desde lá comecei a perceber o quanto ter criado isto ajudou minha carreira. Quando entrei na Universidade Federal de São Carlos acreditava piamente que a minha Universidade de origem iria fazer toda a diferença quando eu entrasse no mercado de trabalho. Como era ingênuo.

Hoje depois de já ter um pouco de experiência profissional (ora vamos lá, não é todo mundo que já fez mais que 2 Summer Jobs, 1 IC, passagem por Empresa Júnior e ainda ter feito algo criativo na Internet) comecei a perceber o quanto a minha graduação é insignificante perto do Mercado de Trabalho. E não estou falando da UFSCar, estou falando diretamente para todos os graduandos de Engenharia de todas as universidades brasileiras. O que aprendemos na faculdade é o básico. São os ingredientes para fazer a massa bruta. Depois de passar por alguns processos seletivos comecei a perceber o quanto a graduação tornou-se insignificante perto do relacionamento interpessoal e suas conquistas em projetos e vivência de mundo, o glacê do bolo.

Tive a oportunidade de conversar com CEO's e Diretores de diversas empresas e sempre os indagava sobre a importância da graduação na vida profissional dos diversos colaboradores que suas empresas possuíam e, para a minha surpresa, não era o foco da contratação dessas pessoas. 

Empresas são formadas por pessoas, disse um Diretor de Operações de uma das maiores empresas brasileiras, e pessoas são formadas por histórias e experiências. Não queremos máquinas, queremos as pessoas, com seus acertos e com seus erros. Isto torna as empresas criativas e mais sinérgicas (criei esse termo resumindo uma conversa de aproximadamente 30 min). 

De todas as conversas que tive com peixes tão graúdos do mercado comecei a perceber que o label "sou de Federal, me respeite" não está mais se encaixando no mercado. Logo percebi que meu diferencial não estaria no meu diploma, afinal de contas temos dúzias de grandes Universidades formando meia dúzias de grandes profissionais (muita gente desiste durante o curso, certo?).

Na minha última experiência profissional uma hipótese que eu tinha levantado com um amigo há muito tempo atrás foi confirmada. Começamos a perceber que a experiência extra curricular (não tem mais hífen, certo?) tem um peso muito maior do que a graduação. Ok, isso muita gente já sabe. Logo depois dessa análise fomos para um outro plano: quais são as atividades que mais agregam para os nossos currículos. IC? EJ? Participação em CA? AIESEC?

Bom, constatamos que a participação em Empresa Júnior era a melhor maneira de você aprender algo útil e ainda contribuir diretamente para o crescimento de nosso país. Ótimo, chegamos ao ponto que eu queria. De todos os processos seletivos que participei e buscando contato por networking com outros amigos da USP, UNICAMP, UNESP (e por ai vai) começamos a constatar que a participação em Empresa Júnior, assim como estas outras organizações, é passível de ser comparada ao domínio da língua inglesa, ou seja, a massa bruta do bolo.

Então chegamos a um empasse. O que é o glacê do bolo hoje? Não sei senhores. Mas segundo um amigo headhunter, o glacê do bolo hoje é o "brilho nos olhos", "criatividade" e "vontade de aprender". Como resumir isso em uma única coisa? Não faço a menor ideia. E por essa dúvida, também achando que já aprendi o suficiente com o projeto do "Como eu me sinto na Engenharia", decidi embarcar em um novo projeto e me dedicarei full time para isso. Este blog continuará ativo, com publicações diárias e sob a "my watch".


Eu não vou mentir. Consegui oportunidades incríveis por causa deste blog. Meu currículo deu um salto gigantesco dentro do mercado e me aproveitei muito bem disso. Aprendi mais do que ensinei e isso foi o fundamental para eu continuar trabalhando nele, mas chega uma hora em que temos que dar outro salto, aprender novas coisas e conhecer novas pessoas. Hoje estou trabalhando em um projeto que vai beneficiar a minha Universidade (só Deus sabe o quanto amo aquele lugar e o quanto precisarei retribuir para pagar tudo o que eu aprendo lá) e todos os meus colegas que estão nela. 

Espero que isso sirva como um aviso para todos que estão lendo e que querem se diferenciar no mercado. 

O glacê do bolo...não é mais o que pensávamos.

Att,